Senhor Espelho
Espelho, inimigo cruel, diz-me tudo, sem nada pronunciar. Escancara verdades de forma nua e crua. Não disfarça, nem tão pouco do dosa pílula. Intoxica-me com espécie de remédio amargo, ministrado sem dó... Idade, verdade, vaidade... Tudo ali, exposto, visível na mesma face, que um dia fora menina, ainda assustada com as primeiras espinhas, a observar rugas, detalhes, contornos. Devaneios seguindo viagem ao passado, capaz de afirmar ser a menina ali escondida, espiando a mulher madura, vivida... O tempo não volta, segue sempre adiante, escreve histórias, marca território, guiado por rotas e sinais, que tornam-se evidencias no reflexo do espelho... Imagem do caminho feito, das escolhas, acertos e erros... Ah! Senhor Espelho! Por quem me tomas? Renata Rimet
Enviado por Renata Rimet em 03/10/2013
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